Espirometria

O QUE É ESPIROMETRIA?

A espirometria (que significa a medição da respiração) é o teste de função pulmonar mais realizado na prática clínica. A espirometria mede a função pulmonar, especificamente a quantidade (volume) e / ou velocidade (fluxo) de ar que pode ser inalada e expirada.

A espirometria é útil na avaliação de padrões respiratórios que identificam condições como asma, fibrose pulmonar, fibrose cística e DPOC.

Também é útil como parte de um sistema de vigilância em saúde, no qual os padrões respiratórios são medidos ao longo do tempo.

HISTÓRICO DA ESPIROMETRIA

A primeira tentativa de medir os volumes pulmonares remonta ao século II, quando Galeno (Cláudio Galeno de Pérgamo, 129 dC – 200–216 dC), o famoso médico grego, tentou determinar o volume respiratório fazendo a criança encher uma bexiga. Muito tempo depois, o Napolitano Giovanni Alfonso Borelli (1608-1679) sugou uma coluna de água para um tubo cilíndrico e mediu o volume de ar deslocado pela água.

Ele teve o cuidado de fechar o nariz para evitar vazamentos. Humphry Davy (1778-1829) mediu o volume residual de seus próprios pulmões em 1800, inalando uma mistura de hidrogênio contida em um suporte de ar mercurial. Usando o mesmo princípio, Nestor Grehant (1838–1910), em 1864, determinou a capacidade residual funcional e o volume do espaço morto; ambos usaram respiração forçada.

Um esquema da unidade mais antiga que poderíamos rastrear, chamado de gasômetro, está representado na Figura 1.

Figura1

No entanto, o verdadeiro início dos testes de função pulmonar (TFP) pode ser datado de 1846, quando John Hutchinson, um médico inglês, inventou o espirômetro pegando um gasômetro comum e transformando-o em um instrumento de precisão para medir o volume exalado por seres humanos.

A genialidade de Hutchinson, a fonte de inspiração para aqueles que o seguiram, foi realizar medições de capacidade vital em 2.130 indivíduos, mostrando uma correlação entre altura, idade, peso e o volume da capacidade vital. Ele cunhou o termo capacidade vital expiratória.

Seu trabalho inspirou outros pesquisadores e inventores. Em poucos anos, surgiram versões melhoradas de seu espirômetro na Europa e nos Estados Unidos (Figura 2).
Sem dúvida, Hutchinson merece uma posição de destaque nessa área e o reconhecimento de sua memória deve ser resgatado.

Figura 2

INDICAÇÕES PARA ESPIROMETRIA

ASMA
Utilizada para avaliação inicial, acompanhamento do tratamento e durante as crises para monitorar a gravidade.

DPOC
Na doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) o teste serve para diagnóstico, estadiamento e prognóstico.

FIBROSE PULMONAR
Nas doenças pulmonares restritivas causadas por doenças pulmonares intrínsecas que causam inflamação e/ou fibrose parentimatosa.

DOENÇAS DA CAIXA TORÁCICA OU NEUROMUSCULAR
Doenças extrínsecas que comprometem a parede torácica e a pleura e nas doenças neuromusculares a espirometria avalia a capacidade vital forçada e lenta que se encontra diminuída nestas situações.

CHECK-UP
Detecção precoce de doença pulmonar em pacientes de risco como tabagistas.

OCUPACIONAL
Avaliação admissional periódica e demissional e detecção precoce de doença pulmonar obstrutiva causada por agentes nocivos no ambiente de trabalho.

PRÉ-OPERATÓRIO
Avaliação da reserva respiratória para qualquer cirurgia em planejamento ou estimativa da capacidade pulmonar pós ressecção pulmonar.

AVALIAÇÃO DE TOSSE E DISPNÉIA CRÔNICA
Tosse persistente ou falta de ar podem estar relacionadas às doenças acima.